vampiro

um vampiro
espreitando
sua presa noturna

um deleite
em rubro néctar
e luxúria

no seu casulo
oculto
a luz da lua.

Victor Matheus

desnuda

fêmea livre nua
entre a fresta da porta desnuda
provoca libido e oculta
fetiche com pimenta e luxúria

Victor Matheus

relicário

do outro lado daquela ponte
muito além do infinito horizonte
um segredo meu se esconde
o passado guardado em instante

relicário em retalho amiúde
copo de vinho, fumaça e perfume
pensamento voa distante
o peito ardendo e ofegante.

Victor Matheus

pomar

amanheceu no meu pomar
chuva caindo
balanço da rede e chá.

Victor Matheus

porto seguro

parte de mim
relicário secreto
que visito em sonho

o mundo gira
o tempo passa
e não te encontro

ainda creio
num certo futuro
com gosto de outono

teu gosto molhado
meu corpo no teu
porto seguro

Victor Matheus

vida leve

sentado
contemplando o caminho

estóico
sublime metaverso vivo

o vento
lua cheia abraça o ninho

eu sinto
vida leve cor de vinho

Victor Matheus

duplo padrão

país da hipocrisia
moral de duplo padrão
no stf político comunista
na presidência um preso por corrupção.

Victor Matheus

existentiae

plenitude existentiae:
ninho perfeito
amor no cais.

Victor Matheus

contrato

tu faz um contrato:
confidência, sigilo
ferida posta
segredo em litígio.

existe um conflito:
respeito e libido
contato astral
anti-éter proibido.

é isto que sou:
vulcão e remanso
palavra não dita
silêncio entendido.

Victor Matheus

filho amado

um poema escrevo
velando teu sono
te amei tanto
antes deste encontro

hoje contemplo
todo seu encanto
filho amado
hoje e sempre te amo.

Victor Matheus