sem vida

as vezes perdemos a fé
o brilho nos olhos
vontade da vida

culpamos anjos
acusamos o destino
não aceitamos perder

e há quem diga ainda
que errar é humano
perdoar divino

nisso não acredito
porque no meu peito
amor não mais sinto.
Victor Matheus
31/07/2011

sabor de pecado

teu gosto
na coxa molhada 
é de mel

o beijo
do meu coração
faz papel

rabisca
uma aquarela 
de cordel

depois 
rasga
deixando só o fel.

Victor Matheus
28/07/2011

morte no lábio

acordei
com gosto de morte no lábio

olhei para o ralo
vi o rastro do escarro

indaguei
quem foi o culpado?

por causar do trago
meu estômago está virado

constatei
que simplesmente
fui sentenciado
pelo excesso de embriaguez.

mas serei cortês
não culparei as coxas
inocentes e puras
que me fartei.

Victor Matheus
28/07/2011

em suspensão

abraçar
          a
solidão

    faz
do meu
coração

apenas
matéria
em suspensão.

Victor Matheus
20/07/2011

aquarela cordel

gosto 
mesmo
é de palavras 
         e papel

faço delas
meu porto 
          seguro

e guardo 
     neles
minha aquarela
         de cordel.

Victor Matheus

saudade danada

saudade 
    danada 
    sem jeito

que faz 
    apertar 
       o peito

deixando
       o olho 
    vermelho

um 
quase 
desespero

de não
   poder 
       tocar

a pele
  depois
      beijar

a
coxa
enroscar

o
corpo
  delirar
Victor Matheus
09/07/2011


entre nós

quando há
        outra mão
    entre as nossas
a canção perde sabor

feito espinho
cravado no peito
            meu desejo
          e só apagar dor

porque não há
        mais áspero
         que tua boca
tocando outros lábios

enquanto espero
                  solitário
                teu abraço
                      apertado.

           Victor Matheus


melodia

falta a nota
para fazer acorde
virar canção

estendo a mão
não por medo
de entregar o coração

                não quero amor
               de contrapartida
se desse verso já fiz rima

               somente tua voz
                     do jeito doce
            na melhor melodia.

      Victor Matheus

ingrata

       sublime
melodia
   
minha’lma
afaga 

          verso
     livre
      no peito 
acalma

        indaga
a boca
       a carne
desarma

        sorriso
nos olhos
     perdidos
orvalha

              só
no peito
              jaz 
navalha

    semeada
ingrata 
             nua
amada

Victor Matheus
06/07/2011