cinza

vou entre nuvens e brumas
colhendo estrelas no amanhecer
guardando no peito
quando a noite te esconder

vou seguindo teu sol
meu futuro incerto difuso
um astro no espaço escuro
um segundo respiro profundo

sonho outrora esquecido
passos que viram martírio
dilatam um peito vazio
outra vez um precipício

nem poeira pra limpar
nem lágrimas para derramar
eu sinto vou me calar
tudo vai passar

como nuvem que chora e seca
o vento que apaga a vela
tua cruz quem carrega?
um dia cinza Luz te espera.

Victor Matheus